Hoje vou falar sobre os desafios do poder de compra na nossa sociedade de consumo.
Quando dei início a esta temporada sobre Viver Melhor com menos, um vizinho aqui da rua perguntou-me se isto era algum programa humorístico.
Confesso que não entendi o alcance da piada e só me caiu a ficha muito tempo depois.
De facto, quando se acha que já se vive com pouco, falar em viver melhor com menos até soa a piada de mau gosto.
Mas isto do pouco é muito relativo. Vejam só este exemplo:
Eu tenho 3 irmãos. De todos, eu sou a mais velha e o meu salário distingue-se por ser o mais baixo.
Ter menos poder de compra que os meus irmãos, dava-me a sensação de ter fracassado na vida até ter descoberto o que mais importa.
O que me fez o clique, foi ter percebido que trabalhar por conta própria permite ter uma liberdade que não tem preço e comecei a dar mais valor à qualidade de vida que o meu trabalho me proporcionava e continua a proporcionar.
Por outras palavras, passei a dar valor ao que tinha e deixei de fazer comparações que me faziam sentir mal.
A ideia de se ter muito ou pouco, tem a ver com as nossas expetativas e com aquilo que cada um entende por ser suficiente.
Salários altos, vidas caras. Salários mais baixos, vidas mais em conta.
Tudo na devida proporção, a única diferença destas vidas está no leque de escolhas e nos sacrifícios que cada um está disposto a fazer para estar em determinado patamar (vou desenvolver este ponto para a semana).
O segredo é saber tirar partido do que se tem. Viver com dignidade é uma coisa, alimentar um estatuto social, é outra.
Conhecem a expressão quem não tem cão, caça com gato?
É isso mesmo. Não há orçamento para ir a restaurantes XPTO, vai-se a outros do nosso campeonato e faz-se a festa à mesma! Não há orçamento para se fazer aquela viagem de sonho, vai-se para mais perto, mas vai-se!
Resumindo, o poder de compra não faz uma pessoa ser melhor ou pior, inferior ou superior, embora a sociedade de consumo nos empurre para esta ideia de sucesso.
Ter um orçamento limitado é normal.
Fazer escolhas conscientes, maximiza o nosso poder de compra e permite-nos usufruir de um bem-estar, que comparando com quem tem menos, pode ser um verdadeiro luxo.
Olha e tu? Precisas de muito para ter qualidade de vida?
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